
Li na crónica O sexo e a Cidália da revista de sábado do DN, o seguinte:
“ Os homens são mais egoístas do que as mulheres, não são? (…) as mulheres são quase sempre cuidadoras, mesmo que a carreira lhes tenha subido à cabeça, mesmo que não lhes interesse ter família ou filhos. Elas cuidam, e há quem queira ser cuidado, mesmo que não faça nada por merecer isso… (…) Sim, bastava haver mais homens para as mulheres sossegarem. Mesmo que depois ela não os quisessem, e provavelmente era isso que aconteceria… (…) Elas vivem aterrorizadas a pensar se os poucos que ainda “sobram” vão reparar nelas. E portanto disponibilizam-se para sofrer. Oferecem o seu corpo e a sua devoção aos trogloditas do planeta. Pensam que pelo menos assim têm qualquer coisa, mesmo que seja tudo uma consumição. Aceitam comprar-lhes as meias e as cuecas, os impressos do IRS, o lanche para o trabalho, os preservativos para a noite (duvidando se só os usarão com elas…).”
Ora bem, posto isto, eu concordo e assino por baixo. É um facto, as mulheres vivem para cuidar. Para cuidar dos namorados, dos amigos e das amigas, da mãe, do pai, da irmã ou do irmão, dos primos, do cão e até do periquito, muitas vezes deixando-se para último e sem esperar nada em troca. E é assim até ao dia em que se cansam de dar tudo e receber nada, até ao dia em que percebem que não vale a pena, que estão a desperdiçar corpo e alma, até ao dia em que concluem que são os outros que precisam delas e não o contrário. Generalizando é claro. E infelizmente vamos todas sendo mais ou menos assim, seja com quem for, em que altura for. E não nos importamos. Nós gostamos de cuidar, de dar, de amar, de proteger, de estar lá para o que der e vier, mesmo que os outros se esqueçam de retribuir. E talvez esta ideia nos inferiorize, nos atire ali para o canto dando a ideia de coitadinhas que precisam dos outros para a sua vida ter sentido, mas não é verdade. Contudo, arrisco-me a dizer que quase temos prazer em andar ali na corda bamba, a alternar entre o fundo do poço e a felicidade difícil de conter. Mas ainda há esperança e, mais dia, menos dia, todas acabamos por perceber que a vida não é só isto. Como diz a Samantha n’ O sexo e a Cidade “I love you, but I love me more”.
Mais nada :)
ResponderEliminarNão assino por baixo Mufa xD Pois é sempre possível acordar desse estado a que nos submetemos. Eu acordei, eu parei, pensei e disse "não pode ser!", custou. Chorei que nem uma desalmada, perdi o que construí durante anos, perdi um amigo, mas não poderia pensar só nele, também tinha que pensar em mim. E nesse tempo todo resolvi ser egoísta uma vez. Custou, mas passou e aprendi. Posso cuidar de alguém mas também preciso que cuidem de mim ;)
ResponderEliminarE é por isso que eu digo que ainda há esperança. Concordo com tudo o que ela diz, porque invariavelmente somos todas assim nem que seja por uma fracção de segundos, mas depois, inteligentes como somos, acordamos para a vida :)
ResponderEliminarCusta sempre, mas a longo prazo vale a pena, penso eu.
Beijinho*